São gastos 40 milhões de euros com urgências/atendimentos não programados devido a crises de asma.
Em cada ano, as crianças com asma faltam mais de 500.000 de dias à escola devido à asma.
A asma não controlada é o principal factor agravante de custos.
No dia 3 de Maio (terça-feira) assinala-se o Dia Mundial da Asma (DMA), doença respiratória crónica que afecta milhões de pessoas em todo o mundo, sobretudo crianças e adolescentes. Em Portugal existem cerca de 175.000 crianças/adolescentes asmáticos, o que corresponde a uma prevalência de 8,4% de crianças com asma. Em termos globais, metade das crianças asmáticas portuguesas (51%) não tem a sua asma controlada.
No âmbito do DMA, a SPAIC divulga os resultados do estudo CASCA (Custo da Asma na CriançA), que consiste na avaliação do custo da asma nas crianças portuguesas (0-17 anos) e que estima os custos incrementais associados à asma controlada e à asma não controlada.O CASCA foi orientado pelo Professor João Fonseca do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) e contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
Segundo os dados obtidos, por ano, são gastos 40 milhões de euros com urgências/atendimentos não programados devido a crises de asma nas crianças, sendo que, em média cada criança com asma vai 1,6 a 1,9 vezes por ano a serviços de urgência. Em termos de custos, por cada criança com asma não controlada são gastos entre 400 e 700€ por ano em idas a serviços de urgência/atendimentos não programados.
O CASCA avaliou também o impacto que a asma tem no quotidiano das crianças e verificou que, em cada ano, as crianças asmáticas faltam mais de 500.000 dias à escola devido à doença. Em média, as crianças com asma faltam 6 dias por ano à escola.
Verificou-se também que o principal factoragravante de custos é ter a asma não controlada. O impacto económico (custo) médio por criança com asma não controlada é 2 a 3 vezes superior ao de uma criança com asma controlada. A obesidade, a rinite e até a ausência de seguro ou subsistema de saúde são factores que contribuem fortemente para um pior controlo da asma. Além disso, absentismo escolar das crianças e o respectivo absentismo laboral dos cuidadores é, aproximadamente, 3 vezes maior nas crianças com asma não controlada.
De acordo com o coordenador do estudo, “além dos elevados custos que a asma mal controlada acarreta, ela acaba também por ter um prejuízo indirecto da vida social e profissional das famílias. Um terço das crianças asmáticas portuguesas são internadas num hospital por asma pelo menos 1 vez na vida.”
Este ano, a SPAIC e o GRESP, com o apoio da Mundipharma, assinalam o dia 3 de Maio (terça-feira), Dia Mundial da Asma com a campanha “Que a asma não te pare!”que conta com a presença de várias caras conhecidas do grande público. António Zambujo, José Eduardo Agualusa, Andreia Rodrigues, Maria Rueff e Dalila Carmo são os protagonistas de um vídeo de sensibilização para o diagnóstico e controlo da asma. Com esta campanha pretende-se alertar os asmáticos que existe uma solução para o seu problema respiratório crónico, que não necessitam de viver em esforço e com falta de ar, que podem controlar e vencer a sua asma e que podem e devem conquistar a sua saúde e o seu bem-estar.