Milwaukee, WI. - A Organização Mundial de Alergia (WAO), juntamente com as 95 Sociedades Nacionais que a integram, irá organizar a Semana Mundial da Alergia de 4 a 10 de Abril com o tema "Alergia a Pólenes – Adaptação às Alterações Climatéricas".
Irá relembrar que se a chegada do tempo mais quente traz alegria para a maioria da população, tal não acontece para aqueles que sofrem de alergia a pólenes. Para esses, a primavera é sinónimo de espirros, pingo no nariz, lacrimejo e comichão nos olhos ou mesmo de falta de ar e tosse. De acordo com o Estudo Internacional de Asma e Alergia nas Crianças (International Study of Asthma and Allergies in Childhood – ISAAC) a prevalência de alergia a pólenes em crianças de 13-14 anos é de 22% a nível mundial.
Com um aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera a contribuir para um aumento da temperatura, as plantas estão a produzir uma maior quantidade de pólen. Isto, por sua vez, coloca mais pólen na atmosfera o que leva a uma maior exposição alergénica. Além disso, as épocas polínicas estão a tornar-se mais prolongadas o que também provoca um maior período de exposição.
Estas alterações contribuem para um aumento da prevalência e da gravidade da doença alérgica polínica a nível mundial. Estima-se que esta tendência irá manter-se enquanto as temperaturas continuarem a subir.
A comunidade científica concluiu que as alterações climatéricas contribuem para o aumento de sintomas em doentes alérgicos a pólenes. Verificou-se que os sintomas associados à exposição a pólenes tem vindo a iniciar-se cada vez mais cedo ao longo dos últimos 10 anos. Mario Sánchez-Borges, médico e presidente da Organização Mundial de Alergia, afirma que “a época polínica começa agora 2 semanas mais cedo que há 10 anos, mas termina na mesma altura. Apesar de cada ano ser diferente, a tendência tem sido a de termos épocas maiores devido ao aumento das temperaturas”.
A alergia a pólenes diminui a qualidade de vida, afetando os alérgicos, física, psicológica e socialmente. Os sinais e sintomas da polinose incluem espirros contínuos, pingo e comichão no nariz, lacrimejo e comichão ocular e falta de ar. Por vezes, estes sintomas associam-se a fadiga, irritabilidade, ansiedade, depressão e falta de energia. Alguns doentes não toleram a utilização de lentes de contacto durante este período. Estas queixas associam-se frequentemente a absentismo laboral e escolar e, principalmente menor rendimento escolar e produtividade laboral.
É muito importante que os doentes alérgicos recebam um diagnóstico e tratamento corretos que são capazes de aliviar eficazmente os sintomas e as limitações provocadas pela alergia a pólenes. A forma mais eficaz de controlar os sintomas alérgicos é tratá-los antes de estes se manifestarem. Imunoalergologistas, os médicos especialistas em alergia, possuem os meios para identificar e confirmar a existência de alergia a pólenes e ajudam a controlar eficazmente os sintomas com medidas de controlo ambiental, medicação e vacinas.
A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) disponibiliza através da Rede Portuguesa de Aerobiologia um boletim polínico semanal que identifica os níveis polínicos na atmosfera em diversos locais do país através do seu site em www.rpaerobiologia.com.
Além disso, a SPAIC e a WAO publicam diversos recursos acerca das alergias a pólenes nos seus sites - www.spaic.pt e www.worldallergy.org.