Assinalou-se no dia 20 de outubro o Dia Internacional da Consciencialização para as Mastocitoses e Patologias Mastocitárias.
Dada a enorme importância dos imunoalergologistas no diagnóstico, tratamento e seguimento destas doenças, a SPAIC associou-se a esta iniciativa, com a publicação de vários conteúdos nos meios de comunicação social, incluindo a página de facebook da SPAIC.
Este grupo de doenças raras resulta de um excesso ou ativação excessiva dos mastócitos - células do sistema imunitário, produzidas na medula óssea, que têm várias funções muito importantes, de entre as quais se salienta o seu papel preponderante nas reações alérgicas. Quando são ativados, os mastócitos libertam mediadores inflamatórios/vasoativos, que podem originar sinais e sintomas que vão desde a simples comichão na pele, até ao choque anafilático.
“O diagnóstico deste tipo de doenças é, frequentemente, moroso e, por vezes, difícil de estabelecer. Os sinais e sintomas que mais preocupam os doentes são, na sua maioria, resultantes da ativação dos mastócitos. Estes sintomas são muito semelhantes aos que se verificam em reações alérgicas e surgem, frequentemente, quando existe exposição a determinados fatores – medicamentos, picadas por abelhas/vespas, alimentos, stress emocional, entre outros”, refere Tiago Azenha Rama, do Grupo de Interesse da SPAIC de Anafilaxia e Doenças Imunoalérgicas Fatais (GANDALF).
No que diz respeito ao tratamento destas doenças, passa, em primeiro lugar, por evitar os fatores que provocam sintomas e que são únicos para cada doente e, em segundo lugar, pela prescrição de medicamentos que estabilizam os mastócitos, ou que evitam que os mediadores que os mastócitos libertam cumpram o seu papel. O médico chama a atenção, neste contexto do tratamento, para o facto de “um dos medicamentos mais importantes no tratamento destas doenças não ser amplamente comercializado em Farmácia Comunitária no nosso país, facto que gera desigualdades importantes, no que diz respeito à acessibilidade a este tratamento, por parte dos nossos doentes. Existem, também, desigualdades no que diz respeito aos meios de diagnóstico à disposição dos diferentes Centros Hospitalares em que estes doentes são seguidos”.
Foi precisamente neste sentido – com o intuito de melhorar o diagnóstico, tratamento e seguimento de todos os doentes com mastocitoses e outras patologias mastocitárias – que a SPAIC criou um grupo de trabalho dedicado a esta temática.
Reveja a notícia publicada e a entrevista com o Dr. Tiago Azenha Rama.